Que o fermento é uma substância que, unida à farinha
faz a mesma crescer e tornar-se uma massa agradável ao paladar, disto ninguém
duvida. Mas chama a nossa atenção a forma pejorativa que Jesus fala do fermento
no evangelho de hoje. Em outras ocasiões, Ele costuma mencionar o fermento como
uma coisa boa. Cita até que devemos nos comparar ao fermento que faz a massa
crescer. Todavia, aqui Ele faz referência à hipocrisia que habitava no coração
dos fariseus. O evangelho de hoje é a continuação do evangelho que estamos
ouvindo nestes dias. Após ter participado do banquete na casa de um fariseu e
de ter provocado o mesmo à conversão de sua vida, Jesus se dirige ao povo,
insistindo para que o mesmo tivesse cuidado com a forma leviana e traiçoeira de
agir dos fariseus. O FERMENTO, QUANDO É BOM E UTILIZADO SOB MEDIDA, FAZ
CRESCER, MAS QUANDO VAI ALÉM, INCHA E TIRA O SABOR. A hipocrisia que
predominava no âmbito cultural e religioso entre os entendidos daquela época
era o mal que corrompia por dentro. Volto a lembrar do outro episódio do
evangelho. JESUS QUER QUE NÓS SEJAMOS UM FERMENTO BOM PARA QUE A MASSA SE TORNE
BOA. Será que estamos sendo o fermento que ajuda a comunidade a crescer, a se
sentir valorizada, a perceber em nós a presença de Deus, ou estamos repetindo
as bobagens e a mesquinhez dos fariseus? Será que estamos ajudando o evangelho
a encontrar espaço, como destaque verdadeiro em nossas famílias e comunidades,
ou estamos inchados e inchando o nosso povo? A massa, crescendo
qualitativamente ou inchada pode esconder ou burlar a presença do fermento. Mas
Jesus também hoje diz que Deus tudo sabe, inclusive a quantidade dos nossos
cabelos. NÃO TENHAMOS RECEIO DE DENUNCIAR AS SITUAÇÕES ABOMINÁVEIS QUE SUFOCAM
A PRESENÇA DO EVANGELHO EM NÓS. Jesus nos previne. Confiemos n’Ele, assim como
Abraão acreditou em Deus (1ª leitura –
Rm 4,1-8). Se meros pardais não são esquecidos, muito mais nós que
encontramos uma resposta incondicional do amor que sempre nos chega do alto.
Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam
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