terça-feira, 27 de outubro de 2020

SÁBADO DA 29ª SEMANA DO TEMPO COMUM (ANO PAR): “Se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo” (Lc 13,1-9).

As leituras deste dia que a liturgia nos propõe, são subsídios importantes para a nossa caminhada em direção à conversão que Deus almeja para todos nós. Conversão essa que não pode ser resumida a algumas práticas externas, algumas mudanças de comportamento em meio ao nosso cotidiano. T. Por isso Jesus conta a parábola da figueira que não oferecia fruto. Na lógica, ela deveria ser arrancada, pois não tinha serventia alguma. AS SITUAÇÕES VOLÚVEIS DA VIDA VÃO SE TORNANDO MAIS SIMPÁTICAS AO NOSSO CORAÇÃO. Seria mais fácil e cômodo arrancá-la de vez. Precisamos ter muito cuidado para não nos acostumarmos com o pecado que nos chega por meio das situações de fácil acesso em nossas vidas. Situações que seduzem, ainda que sejam danosas e desastrosas. É isto que hoje o santo evangelho nos faz entender. Jesus fala que é preciso um pouco mais de tempo para cuidar daquela figueira. Precisamos também de um pouco mais de tempo para com a nossa conversão, podermos ajudar na conversão dos outros e não ficarmos perdendo tempo com notícias ruins. Citavam para Jesus, algumas informações danosas a respeito da morte de pessoas. Pensavam eles que a morte chegava como um castigo de Deus. Infelizmente ainda há pessoas assim nos tempos de agora. Pior do que aquelas mortes é julgar os outros e não abraçar uma vida nova. Recebamos a graça que nos é oferecida por Deus. Ele nos capacita e nos edifica para isto (1ª leitura – Ef 4,7-16). Tenhamos uma vida sempre mais reta. E não esqueçamos: MESMO DE PÉ, ESTAMOS VULNERÁVEIS ÀS QUEDAS DESTA VIDA. E para não cairmos, devemos transformar tudo o que fazemos em práticas de amor e de partilha aos irmãos. Agarremos as chances que Deus nos oferece! Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam

SEXTA-FEIRA DA 29ª SEMANA DO TEMPO COMUM (ANO PAR): “Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente?” (Lc 12,54-59).

O ser humano, dotado de inteligência e sabedoria, avança numa velocidade muito grande, capitalizando situações positivas que favorecem enormemente a sua postura em meio ao mundo que se descortina à sua frente. Com tantas proezas no campo da ciência e da tecnologia, o ser humano cresce vertiginosamente, potencializando a sua condição de multiplicador das conquistas que Deus lhe permite alcançar. Assim ocorre em meio aos sinais visíveis da natureza, que os sinais dos tempos vão pondo em evidência. Tudo o que está à nossa volta permite com que o ser humano transforme e seja também transformado, tendo em vista a sua felicidade. Mas é bom destacar que tudo isto só acontecerá de forma satisfatória se houver sempre a atenção à vontade de Deus. O ser humano se descobre a partir do instante que procede em equilíbrio com a graça e a vontade divinas. DE QUE ADIANTARÁ SABER INTERPRETAR OS SINAIS DA NATUREZA, SE FALTA AO SER HUMANO A SENSIBILIDADE NECESSÁRIA PARA INTERPRETAR OS SINAIS DE DEUS? Por mais que haja avanços na ciência, sempre será imprescindível a sua boa utilização, para que possamos chegar ao fim de nossa realização, sempre apoiados e amparados pelo amor de Deus. COM DEUS, SOMOS CO-CRIADORES. Criemos com a permissão do nosso criador. Sem Deus seremos interesseiros, pois nos desviaremos do essencial. ATRAVESSEMOS A APARÊNCIA DO QUE ESTÁ À NOSSA VOLTA, PARA CHEGARMOS AO NECESSÁRIO. Caso contrário, nos perderemos de uma maneira desastrosa e também desleal. SAIBAMOS LER OS SINAIS DOS TEMPOS. Deus é o autor, seu Filho o Mestre e nós os seus aprendizes. Como nos aponta São Paulo, COM UM AGIR SEMPRE ÉTICO, MORAL, RESPONSÁVEL E RESPEITOSO, SAIBAMOS SER SUPORTE PARA A VIDA DOS OUTROS E PARA AS GERAÇÕES VINDOURAS (1ª leitura – Ef 4,1-6). Com atenção e responsabilidade, com humildade e temor a Deus, interpretemos que a graça será sempre o fio condutor de nossas descobertas e do nosso agir. QUE NÃO NOS FALTE A ESPERANÇA, PARA FAZERMOS DO BEM A FORÇA QUE NOS IMPULSIONA AO RETO AGIR NO AMOR DE DEUS. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam

QUINTA-FEIRA DA 29ª SEMANA DO TEMPO COMUM (ANO PAR): “Eu vim para lançar fogo sobre a terra e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lc 12,49-53).

Esta citação do evangelho de hoje é bastante provocadora. Precisamos compreender bem o seu contexto. Quando Jesus nos fala que veio espalhar fogo pela terra e já desejaria ardentemente que este fogo estivesse aceso, Ele nos fala do FOGO QUE INFLAMA PARA O AMOR. É o fogo que aquece, ilumina e purifica. Este fogo não destrói e mata, mas purifica e liberta. Acerca desta purificação, Jesus ainda faz referência a um batismo que Ele mesmo esperava receber. No dia em que fomos batizados, fomos acolhidos por Deus, em seu Filho Jesus, como novos filhos. Eliminando o pecado original, nascemos de novo. E no dia deste nascimento, foi-nos entregue uma vela acesa, simbolizando a presença de Jesus, luz do mundo. Novamente percebemos a presença do fogo a nos iluminar e nos purificar. Deixemos com que este fogo esteja sempre aceso em nós. Seja este o nosso desejo. Meditando um pouco mais com a simbologia do fogo, vale ressaltar que o fogo pode se apagar. Cabe a nós a tarefa de mantê-lo sempre aceso. Sem o fogo do Espírito Santo que aquece, revigora e dá discernimento, poderemos facilmente nos perder em meio aos descaminhos desta vida. Jesus também faz um importante alerta que, num primeiro instante, soa como algo contraditório. Ao tempo em que lança o fogo que purifica, fala ainda que veio para dividir. Familiares, amigos e companheiros vivendo em profundo caos por conta de seu nome. A palavra de Deus já nos diz que a paz é fruto da justiça. Quando primamos pelo bem e pela sua consequência entre nós, optamos sempre pela verdade, ainda que nos cause dor e sofrimento. É esta a divisão que retrata Jesus no evangelho. Coloquemo-nos a serviço de Deus, como pede São Paulo (1ª leitura – Ef 3,14-21). Robustecidos pelo Espírito Santo que nos foi confiado na graça do batismo, saberemos viver a plenitude do amor de Deus. Eliminemos o que é nocivo em nós, a fim de vermos suas maravilhas em nossas vidas. O fogo de Deus nos inflama para isso. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam

terça-feira, 13 de outubro de 2020

QUARTA-FEIRA DA 29ª SEMANA DO TEMPO COMUM (ANO PAR): “O Filho do homem vai chegar na hora em que menos o esperardes” (Lc 12,39-48).

O tema de hoje enfatiza a necessidade de uma vida vigilante. Mas, para darmos conta desta vigilância a que se refere Jesus, não a interpretemos mediante o medo, e sim através da certeza de que é extremamente necessária uma vida de constante alerta. VIGILANTES NOS APROXIMAMOS DE DEUS. A fim de compreendermos tudo isto de uma forma bem prática, Jesus continua falando através de parábolas. Fala-nos que é preciso cuidar das coisas essenciais da vida, como o mesmo cuidado que se tem com o nosso lar diante de uma visita inesperada de um ladrão. UMA VEZ AGINDO COM CAUTELA E PRUDÊNCIA, É PRECISO AINDA APRENDER A PLANEJAR A VIDA COM RESPONSABILIDADE, A FIM DE QUE SAIBAMOS CUIDAR DOS MAIORES VALORES QUE DEUS CONTINUA NOS CONFIANDO. Vigiar é ser também um administrador das coisas que Deus nos confia. COMO CRIATURAS PREVIDENTES, ENTENDEREMOS COMO PROPORCIONAR UMA VIDA PROVIDENTE. Uma boa dosagem de cuidado e atenção será sempre bem vinda. SE NOS FALTAR O EQUILÍBRIO E O DISCERNIMENTO NECESSÁRIOS PARA ZELARMOS OS BENS QUE DEUS NOS OFERECE, DAREMOS VASÃO AOS SENTIMENTOS MAIS TRAIÇOEIROS QUE PODEM ACOMPANHAR O CORAÇÃO HUMANO. É o que nos aponta Jesus quando fala do empregado que espanca e mata. FALTANDO-NOS A VIGILÂNCIA DO AMOR, ISENTANDO-NOS DA RESPONSABILIDADE DE SERMOS OS ADMINISTRADORES DAS COISAS DE DEUS, COMPORTAMENTOS MOVIDOS POR INSTINTOS E PAIXÕES DESORDENADOS PODERÃO TORNAR A NOSSA VIDA ALGO MALÉFICO E DESASTROSO. Sejamos vigilantes porque somos reconhecedores de que somente Deus nos garante o apoio fundamental ao nosso viver. Reconhecendo as atribuições que nos permitirão viver nesta vigilância, entenderemos o quanto é necessário sermos responsáveis com a missão que Deus nos confia. As tarefas diárias, bem assumidas e assimiladas, farão com que estejamos agindo sempre na competência e maturidade que Deus espera de nós. São Paulo, na primeira leitura de hoje, fala-nos desta responsabilidade que nos garantirá a vigilância de uma vida mais digna e mais feliz (1ª leitura – Ef 3,2-12). Que possamos sempre rever as nossas ações, a fim de estarmos atentos aos anseios de Deus em cada um de nós. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam

TERÇA-FEIRA DA 29ª SEMANA DO TEMPO COMUM (ANO PAR): “Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas” (Lc 12,35-38).

Se existe algo altamente desagradável é sermos pegos de surpresa para alguma coisa. O despreparo nos deixa desconcertados, talvez até sem conseguirmos dar um passo à frente. A parábola que Jesus hoje nos conta tem a finalidade de nos alertar para os percalços da vida. DEUS QUER QUE SEJAMOS SEUS SERVOS, MAS SERVOS VIGILANTES. Aliás, aqui já antecipo um importante detalhe: o tema da vigilância vai nos acompanhar durante alguns dias com a nossa reflexão diária do evangelho. DEUS QUER A NOSSA VIGILÂNCIA. ELE NÃO QUER SER UM ACIDENTE NA NOSSA VIDA. O encontro com o seu amor deve ser cheio de sentido. Alimentando uma ansiedade boa, este encontro ocorrerá de forma tranquila e madura. Trago a lembrança agora da clássica obra “O PEQUENO PRÍNCIPE”, destacando um dos diálogos do príncipe com a raposa, quando esta lhe fazia entender o que era mesmo o sentimento de se deixar cativar pelo amor. Assim falou a raposa: “se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração”. Se nos apresentarmos diante de Deus de qualquer forma, sem termos zelo para com a sua presença que se dá através da oração, da caridade, do serviço e do amor aos irmãos, sem dúvida alguma estaremos demonstrando pouco caso com Deus. Não saberemos cativar ninguém, pois não seremos cativados pelo seu amor. Estejamos preparados. Jesus pede para cingirmos os rins e mantermos nossas velas acesas. Na Palavra de Deus, “cingir-se” é uma expressão muito comum no livro do Êxodo. Significa estar pronto para ir aonde quer que o Senhor envie. Façamos a nossa parte. Deus sempre faz a d’Ele. E para darmos conta daquilo que nos compete, sintamos o quanto, em Jesus, somos amados por Deus, pois “do que era dividido, Ele fez uma unidade” (1ª leitura – Ef 2,12-22). Na vigilância, seremos sempre recompensados. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam

SEGUNDA-FEIRA DA 29ª SEMANA DO TEMPO COMUM (ANO PAR): “A vida de um homem não consiste na abundância de bens” (Lc 12,13-21).

Somos seres de contradição. Quanto mais conseguimos, mais queremos. Esta triste realidade é também fruto do capitalismo, este sistema excludente e traiçoeiro que corrói a dignidade humana. Aprendemos que temos que nos esforçar, a fim de conseguirmos a nossa estabilidade econômica e social. Isto não está errado. COM DIGNIDADE, HONRADEZ E SENSATEZ, MEDIANTE OS NOSSOS ESFORÇOS E CAPACIDADES, VAMOS GALGANDO ÊXITO PESSOAL, FAMILIAR E PROFISSIONAL. Contudo, a partir do momento que o sentimento do verbo TER sufoca o desejo de vivermos bem o verbo SER, aos poucos estaremos fadados ao fracasso e ao total descompromisso com o evangelho. Jesus nos faz entender esta triste e inexpressiva realidade com a parábola do homem rico. Alguém que soube multiplicar o fruto de seu trabalho, mas se perdeu quando tal multiplicação servia meramente para o acúmulo e não para a distribuição. O sistema capitalista atualiza esta parábola a todo instante. Porque há pessoas preocupadas em acumular e esbanjar, infelizmente há milhares que padecem e sofrem quando lhes falta o básico para viver. Jesus chama este homem de louco. O SER HUMANO QUE REDUZ A SUA VIDA SIMPLESMENTE AO ACÚMULO, AGRIDE O CORAÇÃO DE DEUS. Ter as coisas para fazer delas a alegria de sua vida, é o mesmo que derrubar os celeiros, a fim de construir outros maiores, como aponta Jesus com a parábola. APEGADOS AO DESPRESTÍGIO DO TER, ESQUECEREMOS QUE DEUS NOS FEZ NESTA VIDA PARA ACUMULARMOS UNICAMENTE O DESEJO DE ESTARMOS TODOS UM DIA COM ELE NOS CÉUS. Tenhamos as coisas, mas impelidos pelo simples propósito e pelo grande desejo de vivermos pela fé, pois, mediante a fé, é pela graça que seremos salvos, nos diz São Paulo na liturgia de hoje (1ª leitura – Ef 2,1-10). São Paulo também nos alerta a não nos abandonarmos às paixões desta vida. O acúmulo exacerbado do dinheiro e do poder é uma delas. TENDO AS COISAS, LUTANDO POR ELAS, SAIBAMOS CREDITAR EM NÓS A MÁXIMA CERTEZA DE QUE O AMOR NOS FAZ MULTIPLICAR O EXTREMO NECESSÁRIO AO NOSSO VIVER. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A): “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22,15-21).

Se quisermos viver numa sociedade sempre mais organizada e disposta a por em prática o desejo pelo bem comum, precisamos compreender que somos de Deus. É Ele o primeiro a nos impulsionar para vivermos de maneira sólida e construtiva. Mas, para que isto aconteça, PRECISAMOS DE MAIS DISCERNIMENTO ENTRE AS COISAS DE DEUS E AQUELAS QUE NÃO NOS ENCAMINHAM AO SEU AMOR. O evangelho de hoje nos aponta novamente os fariseus tramando contra Jesus. Queriam saber d’Ele qual seria o seu pensamento sobre o aspecto político e social da época. Perguntaram-lhe o que Ele achava da moeda trazer consigo a imagem de César, o imperador romano. SE JESUS DEMONSTRASSE SER CONTRÁRIO, FALARIAM QUE ELE ERA PERIGOSO PERANTE O POVO. MAS SE FOSSE A FAVOR, ESTARIAM LHE CONDENANDO PERANTE AQUELES QUE VIAM NELE UM HOMEM DIFERENTE. Sem entrar em nenhuma querela política, Jesus manteve a sua opção de preservar a vida como dom de Deus. O ROSTO DO IMPERADOR ESTAMPADO NUMA MOEDA SERVIA SIMPLESMENTE PARA USURPAR AS PESSOAS, FORÇANDO-AS A RECONHECEREM N’ELE UM SER QUASE QUE DIVINO. Isto Jesus sabia muito bem e jamais poderia compactuar com tal comportamento. Jesus veio para libertar o ser humano por inteiro. Livrá-lo de qualquer situação que o impedisse de se sentir plenamente realizado com os demais que aspiram o mesmo. DAR A DEUS O QUE É DE DEUS É DEVOLVER AO NOSSO CRIADOR E SENHOR A CAPACIDADE DE NOS FAZER FELIZES A PARTIR DO SEU IMENSO E INFINITO AMOR. Sem Deus, conforme hoje o evangelho nos ensina, somos limitados e não valemos um só vintém. Acreditemos que Deus pode nos surpreender com as suas escolhas, desde que saibamos fazer a certa opção de tê-lo conosco (1ª leitura – Is 45,1.4-6). Façamos uma revisão das nossas ações, a fim de podermos realizar escolhas sempre mais acertadas (2ª leitura – 1Ts1,1-5). Que a decisão de confiar a Deus o nosso proceder, sirva-nos como garantia para devolvermos, por meio do nosso amor, tudo aquilo que nos torna mais confiantes da sua graça entre nós. Padre Aureliano Gondim. #GotasQueEdificam